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Minhas memórias gastronômicas

Já organizei muitas festas na família antes de resolver trabalhar com doces. Meu primeiro bolo decorado, fiz aos 12 anos junto com duas queridas amigas, Cynthia e Mariana, para a festa surpresa da minha irmã mais nova. Este bolo era um pão de ló de morango com creme e coberto com chantilly. Fizemos uma cesta de bolacha waffer e colocamos uma alça com cartolina revestida em cetim. Pode parecer meio esquisito para os dias de hoje e as novas tendências da confeitaria, mas imaginem este bolo sendo idealizado por 3 meninas de apenas 12 anos. Não tive muita influência na arte dos doces, embora minhas avós fossem cozinheiras de mão cheia, as memórias gastronômicas que guardo delas são predominantemente de salgados. A minha já falecida avó Antônia fazia o melhor macarrão a bolonhesa do mundo, com um toque apimentado, lembro deste sabor até hoje! E a sopa de ervilha então... era incomparável. Os únicos doces que ela fazia e eu me lembro, era uma rosca com coco e os bolinhos de chuva para comermos nas tardes de domingo, era sagrado!!!
Já a vó Joana é daquelas pessoas que, mal você entra e ela já está com a mesa posta, recheada de pratos deliciosos, e ai daquele que não come pelo menos um "pratinho". Ela sempre acha que estamos emagrecendo. Dela, minhas melhores recordações estão no frango ensopado, a inconfundível maionese de legumes e o melhor, aquele feijão rosinha e com caldo grosso que ninguém faz igual (e olha que ela não deixa de molho!!). Passei minha infância comendo o seu pudim de leite que é tão cremoso, que chega a derreter na boca. E o arroz doce, que delícia! Se alguém chega na casa dela, a qualquer hora, ela sempre tem um pudim pronto para oferecer. Meu avô também colabora pois é uma formiga, assim como eu. Acho que ele é o maior admirador da minha confeitaria. Tudo ele acha lindo e gostoso. Pena que não fotografei os inúmeros bolos que já fiz para ele, nas suas anuais festas surpresas e nas quais ele sempre chora!!
Os homens da minha família são bons cozinheiros, mas pelos doces mesmo, ninguém é tão apaixonada quanto eu. Tinha uns 11 ou 12 anos e me lembro que não perdia um programa da Ofélia, e desde aquela época, na minha família, era sim que me chamavam. Eu sempre achei muito pretenciosa esta comparação. Tinha meu caderninho, que existe até hoje, e passava a limpo todas as receitas dadas no programa, muitas delas, utilizo até hoje. A Vivi, minha irmã mais nova, era chamada de Maria, a fiel assistente da Ofélia. E acreditem... ela é até hoje. Mesmo nossa vida profissional ter sido direcionada a lados opostos, lá está ela, sempre com um tempinho para me socorrer. Chego até a abusar. Depois do programa da Ofélia, assistia o "Confetando bolos com Marta Ballina". Era uma confeiteira argentina que ensinava um bolo por dia confeitado em pasta americana. Achava o máximo, embora não compreendia metade do que ela dizia.
Acho que isso é vocação. Mesmo dando algumas voltas, aqui estou eu, "vinte e alguns" anos depois, reencontrando a Valéria deixada a tanto tempo para trás.

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